terça-feira, 21 de abril de 2015

Laços que unem Cuba e Coreia do Norte - (Fortalecimento do Terrorismo)


castro-obama
Quando o governo brasileiro resolveu importar médicos cubanos, muita gente ficou de orelha em pé. Sobretudo quando se tornou patente que mais de 80% do salário devido a esses médicos eram embolsados pelo governo cubano, deixando apenas uma magra parcela para o profissional.
Em português claro, o governo brasileiro transferia assim dinheiro para manter no poder o regime comunista dos irmãos Castro, que há décadas oprime a população da infeliz ilha. Justamente o governo brasileiro, que procura combater afanosamente o que qualifica de “trabalho escravo”!
A realidade cubana revela a estratégia dos regimes socialistas em geral: impõem o capitalismo de Estado, com as inevitáveis consequências de opressão e miséria, e para sobreviver recorrem aos “donativos” de governos colaboracionistas.
Mas o meu tema hoje não é Cuba, mas a Coreia do Norte. Em termos de socialismo, esse país do Extremo Oriente conseguiu um “avanço” bem mais pronunciado do que a ilha caribenha.
Reportagem do “New York Times”, reproduzida pela “Folha de S. Paulo” (28-2-2015), informa que para obter divisas, o ditador Kim Jong-um está “vendendo” trabalhadores para outros países (qualquer semelhança com Cuba é mera coincidência!).
“Dezenas de milhares de norte-coreanos labutam durante longas jornadas, com pouca ou nenhuma remuneração, em fábricas da China e em áreas de extração de madeira da Rússia, ou então cavando túneis militares em Myanmar, construindo monumentos para ditadores africanos, suando em canteiros de obras do Oriente Médio ou a bordo de barcos pesqueiros na costa de Fiji, segundo ex-trabalhadores e pesquisadores de direitos humanos”.
O programa de enviar trabalhadores ao exterior e confiscar a maior parte dos seus salários vem sendo ampliado. Centros de pesquisas estimam que entre 60 e 65 mil norte-coreanos estavam trabalhando em mais de 40 países, fornecendo US$ 150 milhões a US$ 230 milhões por ano ao regime comunista.
“A Coreia do Norte está explorando os trabalhadores para engordar os cofres de Kim Jong-um”, disse Ahn Myeong-chul, da ONG sul-coreana de direitos humanos NK Watch. Ele descreve essa situação como “escravidão patrocinada pelo Estado”.
Um trabalhador disse à NK Watch que recebeu apenas US$ 160 nos três anos que passou como lenhador na Sibéria, na década de 1990, trabalhando sob temperaturas próximas de 0°C em jornadas de até 21 horas por dia. Ele era informado de que o restante do seu salário estava sendo enviado a parentes na Coreia. Mas as famílias recebiam apenas cupons para usar em lojas estatais, onde muitas vezes não havia nada para comprar
O carpinteiro Rim Il recebeu em 1996 uma oferta de emprego no Kuait, e não perdeu a oportunidade. O salário prometido era de US$ 120 por mês, uma quantia inimaginável para grande parte dos trabalhadores em seu faminto país.
O ônibus que o transportava com cerca de 20 outros recém-chegados estacionou em um acampamento isolado por cercas de arame farpado, no meio do deserto. Lá, 1.800 trabalhadores enviados pela Coreia do Norte para receber salários em divisas estrangeiras, das quais o regime necessita desesperadamente, viviam sob o olhar vigilante de supervisores do governo norte-coreano, segundo Rim. Eles trabalhavam da 7 às 19 horas, frequentemente estendendo a jornada até a meia-noite, sete dias por semana, fazendo tarefas braçais em canteiros de obras.
“Só tínhamos folgas em duas tardes de sexta-feira por mês, mas precisávamos passar esse tempo estudando livros ou assistindo a vídeos sobre a grandeza do líder de nosso país”, disse Rim, agora na Coreia do Sul. “Nunca recebemos nossos salários e, quando perguntávamos a respeito disso aos nossos superiores, eles diziam que deveríamos pensar nas pessoas que passam fome em nosso país e agradecer ao líder por nos dar a oportunidade de comer três refeições por dia”.
Voltando ao caso de Cuba, Raul Castro parece ter conseguido agora um grande doador: o presidente Obama.

Fonte: http://ipco.org.br/ipco/noticias/lacos-que-unem-cuba-e-coreia-do-norte#.VTbI3yFViko

domingo, 29 de março de 2015

Pedagogia do oprimido: uma resenha devastadora do mais famoso livro de Paulo Freire

Pedagogia do oprimido: uma resenha devastadora do mais famoso livro de Paulo Freire

Lendo Paulo Freire
Know thy enemy!, diz a máxima da Arte da Guerra de Sun Tzu.
Paulo Freire é o “patrono” de nossa educação. Isso, por si só, já deveria ser motivo suficiente para não levá-lo tão a sério. Afinal, o que há para louvar em nosso sistema de ensino, que só produz “vítimas sociais” e nenhum resultado decente nos rankings internacionais?
Não importa: como o homem recebeu vários títulos mundo afora, e porque levou o marxismo para dentro da sala de aula, é exaltado como um gênio, um santo, um ídolo, por todos aqueles que acham desejável transformar o professor num militante ideológico.
A desculpa esfarrapada deles: todos têm suas ideologias, e é impossível deixar a sala de aula livre delas. Se você quer ensinar conhecimento objetivo, matemática, línguas, literatura clássica, então você já seria um doutrinador também, só que do lado da “elite opressora”. Um “burguês alienado” que pretende apenas preservar ostatus quo, nada mais.
E com esse embuste os doutrinadores disfarçados de professores seguem sua missão “pedagógica”, que tem sido responsável em boa parte pela miséria intelectual de nosso país, uma fábrica de jovens socialistas. Reverter esse quadro é uma das tarefas mais importantes e árduas de todos aqueles que desejam um país mais livre e próspero.
Para tanto, é preciso conhecer melhor o lado de lá, o “inimigo”. Aliás, eis mais uma grande diferença entre a esquerda e a direita: nós, liberais e conservadores, normalmente lemos os principais expoentes da esquerda, enquanto o contrário raramente é verdadeiro.
Com isso em mente, apresento aos meus leitores uma ótima resenha escrita por Marcelo Centenaro do livro mais famoso de Freire, aquele que é carregado em clichês marxistas e que tanta gente influenciou, especialmente nos países menos desenvolvidos (por que será?):
Pedagogia do oprimido
No final de 2014, conversei sobre Paulo Freire com uma pessoa de quem gosto muito e que tem opiniões opostas às minhas. Ela perguntou se eu tinha lido algum dos livros dele. Só A Importância do Ato de Ler, mas há tanto tempo que não me lembro de quase nada, respondi. Nunca li Pedagogia do Oprimido, confessei. Você não pode criticar o que não conhece, acusou ela. Prometi que leria Pedagogia do Oprimido e escreveria uma resenha. Aqui está.

Não é uma leitura fácil. Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, levei dois meses para terminar. Achei a linguagem confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma idéia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar), como se isso significasse alguma coisa. Há muitas passagens com sentido obscuro (vejam algumas abaixo), muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções freqüentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.
Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.” Minha leitura deste trecho é: “Só quem já concorda comigo pode ler o que escrevo.”
Vou apresentar a seguir o que entendi do livro, procurando ao máximo omitir minhas opiniões, que guardarei para o final da resenha.
Paulo Freire descreve dois tipos de educação, uma característica de uma sociedade opressora, outra característica de uma sociedade livre, ou que luta para se libertar. A educação da sociedade opressora é chamada de “bancária”, sempre entre aspas, porque ela deposita conhecimentos nos alunos. Ou seja, ela reduz o aluno a um objeto passivo do processo educacional, no qual são jogadas informações sobre Português, Matemática, História, Geografia, Inglês, Física, Química, Biologia, Filosofia. Já a educação libertadora é chamada de dialógica, porque se baseia no diálogo entre professores e alunos (educadores e educandos, na linguagem do livro). É um processo do qual todos são sujeitos ativos e cuja finalidade é ampliar a consciência social de todos, especialmente dos alunos, para que se viabilize a revolução que acabará com a opressão. O livro não detalha o que a educação libertadora fará depois dessa libertação. Imaginamos que mantenha os educandos conscientes e imunes a movimentos reacionários e contra-revolucionários.

A educação dialógica se baseia no diálogo e o diálogo começa com a busca do conteúdo programático. Na parte do livro em que há mais orientações práticas, Paulo Freire recomenda que seja formado um grupo de educadores pesquisadores que observará os educandos e conversará com eles, em situações diversas, para conhecer sua realidade e identificar o que ele chama de temas geradores, que possibilitarão a tomada de consciência dos indivíduos. Haverá reuniões com a comunidade, identificação de voluntários, conversas e visitas para compreender a realidade, observações e anotações. Os investigadores farão um diagnóstico da situação. Então discutirão esse diagnóstico com membros da comunidade para avaliar o grau de consciência deles. Constatando que esse nível é baixo, vão apresentar as situações identificadas aos alunos, para discussão e reflexão, com o objetivo de despertar sua consciência para sua situação de opressão. Se o pensamento do povo é mágico (religioso) ou ingênuo (acredita nos valores de direita), isso será superado pelo processo, conforme o povo pensar sobre a maneira que pensa, e conforme agir para mudar sua situação de opressão.
Paulo Freire enfatiza que o revolucionário não pode manipular os educandos. Todo o processo tem de ser construído baseado no diálogo e no respeito entre os líderes e o povo. Porém, os líderes devem ter a prudência de não confiar no povo, porque as pessoas oprimidas têm a opressão inculcada no seu ser. Como exemplo de um líder que jamais permitiu que seu povo fosse manipulado, Paulo Freire apresenta Fidel Castro.
A palavra é o resultado da soma de ação e reflexão. Se nos baseamos apenas na reflexão, temos um “verbalismo” estéril. Se nos baseamos apenas na ação, temos um “ativismo” inepto. Os líderes revolucionários e os educadores devem compreender que a ação e a reflexão caminham juntas de maneira indissociável, ou não se atingem os objetivos da educação e da revolução.
As características da opressão são a conquista dos mais fracos, a criação de divisões artificiais entre os oprimidos para enfraquecê-los, a manipulação das massas e a invasão cultural. Os opressores se impõem em primeiro lugar pela força. Depois, jogam os oprimidos uns contra os outros, para mantê-los subjugados. As pessoas são manipuladas para acreditarem em falsos valores que lhes são prejudiciais, embora elas não percebam isso. Sua cultura de raiz é esquecida e trocada por símbolos vazios importados de fora, num processo que esmaga a identidade do povo.

As características da libertação são a colaboração (que Paulo Freire grafa co-laboração), a união, a organização e a síntese cultural. A colaboração está contida em tudo o que foi dito sobre educação dialógica, que é feita em conjunto pelos educadores e educandos. A união entre os oprimidos é fundamental para que tenham força para resistir contra o opressor. No trecho em que explica a organização, é citado o médico Dr. Orlando Aguirre, diretor da Faculdade de Medicina de uma universidade cubana, que afirmou que a revolução implica em três P: palavra, povo e pólvora. Disse o Dr. Aguirre: “A explosão da pólvora aclara a visualização que tem o povo de sua situação concreta, em busca, na ação, de sua libertação.” E Paulo Freire complementa: “O fato de não ter a liderança o direito de impor arbitrariamente sua palavra não significa dever assumir uma posição liberalista, que levaria as massas à licenciosidade.” Ele afirma que não existe liberdade sem autoridade. Sobre a síntese cultural, diz que a visão de mundo do povo precisa ser valorizada.
Agora, o que penso sobre o texto. O próprio Paulo Freire deixa claro em vários momentos, que seu livro não é sobre educação. Ensinar, transmitir conhecimentos, é uma preocupação da educação “bancária” opressora. Não é essa a função de um educador libertador. Não, sua função é criar os meios para uma revolução libertadora, como foram libertadoras as revoluções promovidas pelos educadores citados: Mao, Lênin, Fidel. Ou seja, a única preocupação do livro é com os meios para viabilizar uma revolução marxista. Se você, meu leitor, é professor e acha que essa é a sua função, talvez encontre conhecimentos úteis no livro. Caso contrário, não há mais nada nele.
Fiz uma coletânea de palavras utilizadas por Paulo Freire que poderiam ter saído de um discurso de Odorico Paraguaçu: “involucra”, em lugar de envolve, “implicitados”, em lugar de implícitos, “gregarizadas”, deve ser um derivado de gregário, “unidade epocal”, em lugar de unidade de tempo, “fatalistamente”, por fatalisticamente, “insertado”, por inserido. Dois erros divertidos: chamar Régis Debray de Régis Debret e achar que o nome do padre Marie-Dominique Chenu OP (onde OP significa Ordo Praedicatorum, Ordem dos Pregadores, sigla que designa a Ordem dos Dominicanos) é O. P. Chenu. É sintomático que alguém com tantas dificuldades com a Língua Portuguesa seja o Patrono da Educação Brasileira, considerado nossa maior autoridade em alfabetização.

Os brasileiros começam a ficar cansados da doutrinação marxista disfarçada de “educação”
Desafio os bravos leitores a encontrar o sentido dos trechos a seguir. A melhor interpretação ganhará um pão com mortadela. Os grifos são de Paulo Freire.

1) «Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”.»
2) «O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»

3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»
4) «Esta é a razão pela qual o animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»

5) «Somente na medida em que os produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»
6) «Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.» Alguém pode me dizer como é possível tridimensionalizar o tempo?

7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»
Outra característica curiosa são as citações em idiomas diversos. Há citações de Hegel e Karl Jaspers em inglês, de Marx e Erich Fromm em espanhol e de Lukács em francês. Todos esses autores escreveram em alemão. Frantz Fanon, que escreveu em francês, é citado em espanhol. Albert Memmi, que também escreveu em francês, é citado em inglês, e se menciona que há uma edição brasileira de seu livro. Mao é citado em francês. Porque todas essas citações não foram simplesmente traduzidas para o português? E por que Paulo Freire gosta tanto de ditadores, torturadores e assassinos?
Ele afirma que vender seu trabalho é sempre o mesmo que escravizar-se. Porém, desejar não ser mais empregado e tornar-se patrão é escravizar a um outro, tornar-se opressor. Qualquer tipo de contratação de um indivíduo por outro é maligna, é opressão, é escravidão. Só teremos liberdade quando a nenhum indivíduo for permitido contratar ou ser contratado por outro indivíduo. Faz sentido para vocês?
Paulo Freire afirma que os oprimidos devem ser reconhecidos como Pedro, Antônio, Josefa, mas os chama o tempo todo de “massas”. Diz que valoriza a visão de mundo do povo, enquanto não perde uma oportunidade de desdenhar das crenças religiosas desse mesmo povo, chamando-as de mágicas, sincréticas ou mistificações. E ele se dizia católico. 

Como a opressão é uma violência, qualquer violência cometida pelos oprimidos contra os opressores é sempre uma reação justificada. É um raciocínio assustador. Nas palavras dele: “Quem inaugura a tirania não são os tiranizados, mas os tiranos. Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os que primeiro odiaram. Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram a sua humanidade negada, mas as que a negaram, negando também a sua.” Paulo Freire considera justificados a tirania como resposta a uma tirania anterior e o ódio como resposta a um ódio anterior. E nega a humanidade de quem ele resolver chamar de opressores.
Mais um trecho escabroso: «Mas, o que ocorre, ainda quando a superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.»

O fato é que ninguém pode proibir ninguém de comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven. E ninguém pode exigir comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven às custas dos outros.
Uma última citação abjeta: “Mesmo que haja – e explicavelmente – por parte dos oprimidos, que sempre estiveram submetidos a um regime de expoliação, na luta revolucionária, uma dimensão revanchista, isto não significa que a revolução deva esgotar-se nela.” A revolução não deve se esgotar no revanchismo, mas o revanchismo é parte natural dela. Como alguém que escreveu essas monstruosidades nunca foi processado por incitação à violência e apologia do crime? Como alguém com um pensamento tão anti-social pode ser sequer ouvido, quanto mais cultuado como Patrono da Educação Brasileira?

Chega de doutrinação marxista! Fora Paulo Freire!

Rodrigo Constantino
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/pedagogia-do-oprimido-uma-resenha-devastadora-do-mais-famoso-livro-de-paulo-freire/

Prof. Luis Cavalcante
https://facebook.com/groups/luiscavalcante

sexta-feira, 27 de março de 2015

(Vídeo) - Doutrinação Política e Ideológica nas Escolas - (Audiência Pública) -

Todo pai e mãe responsáveis e todo pastor, presbítero e líder cristão deveria gastar tempo para entender todo o conteúdo e perigo da "da doutrinação esquerdista nas escolas". Infelizmente, têm muito "cristão ingênuo com atitudes de idiotas úteis". Prof. Luis Cavalcante.

(Vídeo) - Doutrinação Política e Ideológica nas Escolas - (Audiência Pública) - 
http://sofismasnaeducacao.blogspot.com.br/2015/03/video-doutrinacao-politica-e-ideologica.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O caminho da servidão, de Friedrich Hayek, parte I

O caminho da servidão, de Friedrich Hayek, parte I

hayekEm artigo anterior, intitulado “Comunismo é tirania”, abordamos as semelhanças entre o regime comunistas e os regimes nazifascistas. Não se trata de nenhuma originalidade. Muitos já explicitaram esse ponto de vista. Da Escola Austríaca, destacam-se Ludwig von Mises e Friedrich Hayek. Por ora, apresentaremos algumas considerações de Hayek, ganhador de premio Nobel em Economia, que podem ser apreciadas na sua obra “O caminho da servidão”.
Na obra em questão, não se combate apenas o socialismo radical, mas alerta-se também para o perigo do chamado Estado previdenciário que o substitui. A questão fundamental é mostrar que determinadas reformas baseadas no controle econômico tendem a paralisar as forças propulsoras da sociedade, tornando-se incompatíveis com uma sociedade livre.
O excesso de planejamento econômico representaria um perigo de totalitarismo, sendo um tipo de lógica que conduziria, mesmo que involuntariamente, a um tipo de coerção que muitos dos que o defendem não estariam dispostos a aceitar. Segundo Hayek, “a ascensão do nazismo e do fascismo não foi uma reação contra as tendências socialistas do período precedente, mas o resultado necessário dessas mesmas tendências”. Compreender essas tendências é compreender o inimigo que ainda está entre nós, pois tais tendências não se limitaram aos países que sucumbiram ao totalitarismo.
O economista chama atenção para o fato de que “durante pelo menos 25 anos antes de o espectro do totalitarismo se tornar uma ameaça real, fomos nos afastando progressivamente das ideias básicas sobre as quais se erguera a civilização ocidental”.  A tendência, portanto, a que o autor se refere é a tendência de rompimento com a evolução da civilização ocidental, cujos fundamentos foram lançados pelos gregos, pelos romanos e pelo cristianismo, fundamentos esses cuja recusa será característica do socialismo.
O nazismo ou o nacional-socialismo (Nazi é abreviatura de Nationalsozialistische Deutsche Arbeiters Partei— Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) seria, pois, uma “contra-renascença”, o clímax da destruição de uma civilização que já vinha sendo posta em xeque pela tendência ao socialismo: “renunciamos progressivamente não só ao liberalismo dos séculos XVIII e XIX, mas ao individualismo essencial que herdamos de Erasmo e Montaigne, de Cícero e Tácito, de Péricles e Tucídides”.
De fato, o socialismo se constituiu sob a ideia de ruptura, sob a crença de que apenas mediante “uma completa reestruturação da sociedade haverá mais progresso”. Na tentativa de descartar para substituir, perde-se a dimensão do que já foi conquistado, fazendo-se pouco caso de tudo o que o sistema liberal tornou possível.
A mudança gradual no caráter de um povo, a lenta transformação psicológica provocada pelo amplo controle governamental exercido por um Estado previdenciário e paternalista manifestou-se como abandono da possibilidade de gerenciamento da própria vida, como abandono da possibilidade de escolha entre diversas formas de existência, como complacência com a coerção, como “completo abandono da tradição individualista que criou a civilização ocidental”.
Esse retrocesso foi marcado também espacialmente pela inversão no fluxo de ideias. No auge do liberalismo, por volta de 1870, a Inglaterra era o centro irradiador do pensamento. Já no fim do século XIX e início do século XX a Alemanha, que era liderança na teoria e na prática do socialismo, passou a difundir mundialmente com a sua influência as ideias que visavam a abalar os alicerces da civilização ocidental, civilização a qual pertencia mas que depreciava em nome de um ideal aristocrático de cultura originária:
 “Os próprios alemães – ou pelo menos os divulgadores de tais ideias – tinha inteira consciência do conflito: a herança comum da civilização europeia tornara-se para eles, muito antes do nazismo, a civilização ocidental – e a palavra ‘ocidental’ não tinha mais a acepção comum de Ocidente, mas passara a significar o mundo a oeste do Reno. ‘Ocidental’ nesse sentido, era sinônimo de liberalismo e democracia, capitalismo e individualismo, livre comércio e toda forma de internacionalismo ou amor à paz”
Abro aqui um parêntese na exposição das teses de Friedrich Hayek para estabelecer algumas analogias que nos auxiliarão na interpretação dos nossos dias. Hoje, felizmente, a Alemanha encontra-se do lado das democracias liberais, das sociedades abertas (em 1959, no congresso de Bad Godesberg, o Partido Social Democrata alemão renegou as ideias revolucionárias de viés marxista). Já a América Latina parece ter parado no tempo, negando-se a aprender as lições da História, dando mostras de um recrudescimento ideológico no qual fermentam as velhas tendências totalitárias.
Se, por um lado, ideologias como as que vigoram hoje em Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina e Brasil põem em xeque os valores fundamentais de uma sociedade aberta, por outro lado, a ameaça terrorista de fundamentalistas islâmicos põe em xeque a própria civilização. Que sirva de ponto para a reflexão o fato de que tanto a esquerda autoritária e retrógrada que se articula na América Latina quanto os cruéis fundamentalistas islâmicos compartilham com o nazismo um inimigo comum: o liberalismo e toda a fundamentação filosófica, religiosa e política que o tornou possível e que constitui a herança máxima da nossa civilização.
Há entre nós, como houve também no tempo sobre o qual Hayek dissertou, aqueles que bravateiam contra os valores da nossa civilização, acusando-os de vazios e abstratos. Há entre nós, além disso, uma deputada federal do PCdoB que chama os liberais de fascistas e compara militares brasileiros com nazistas sem olhar para o ranço totalitário de suas próprias convicções. Daí a necessidade de continuar expondo a relação de irmandade entre comunismo e nazifascismo, embora ela não seja nenhuma novidade.

Sobre o autor

Catarina Rochamonte
Doutoranda em Filosofia pela UFSCar
Catarina Rochamonte é graduada em Filosofia pela UECE (Universidade Estadual do Ceará), mestre em Filosofia pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), doutoranda em Filosofia pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos); é escritora e jornalista independente.

Fonte: http://www.institutoliberal.org.br/blog/o-caminho-da-servidao-de-friedrich-hayek-parte/